Eu estava me sentindo desanimado para escrever, quando percebi que essa sensação, essa predisposição, tem sido promovido pelo meio editorial brasileiro. É triste como a coisa funciona de forma absurda e como uma rua sem saída - não aceitam receber seu manuscrito e mandam você arrumar um agente literário, que por sua parte, não quer te agenciar, porque você não é um escritor renomado, então nem se dá ao trabalho de ler o material para ver se é bom e merece ser defendido; ou mercado que te absorve de forma supostamente benevolente, com o tempo revela-se de forma friamente desonesta. Daí, resolvi que não deixaria essa latrina toda influenciar na minha pena ou minha vontade de trabalhar as letras e minhas histórias. Minha escrita é mais do que arte; é clara resistência. Mas, então, Arte, entre outras coisas, não é óbvia resistência a aceitar apenas a realidade insensível e formatada (muitas vezes desumana e violenta!)? Então, não estou fazendo nada do que já não fazia, apenas que com mais consciência, determinação e autenticidade.
16 maio, 2022
27 agosto, 2020
TRANSIÇÕES
Lembro que minha mãe achava graça e, como que para comprovar e se divertir com meu impulso inconsciente, me chamava, fazendo sugestões para alguma outra distração, mas a atração pela posto de prontidão era invencível; eu sempre voltava para o mesmo lugar e continuava esperando por meu pai.
É engraçado falar sobre isso hoje, pois o tempo foi orquestrando mudanças nessa admiração, através de acontecimentos desagradáveis que começaram a surgir no meio do caminho. Ou talvez já estivessem presentes, de uma forma ou de outra, mas eu não me dera conta disso, senão mais tarde, quando tive maturidade suficiente para perceber que alguma coisa estava errada. O fato, que ficou cada vez mais claro com o tempo, desde quando comecei a perceber a existência de alguma discrepância nos relacionamentos, é que não era nada as mil maravilhas que uma criança imagina. As diferenças, as dores, os erros, as mágoas... Tudo isso começou a ganhar uma dimensão cada vez maior à minha percepção e o cinza foi tomando o lugar da cores, enquanto eu despertava ara a realidade de que meus pais não eram apenas imperfeitos, mas tinham coisas muito ruins, sobretudo meu pai. Sei que parece ingratidão falar sobre isso, ainda mais por eu não ter sofrido uma vida de violências e carências extremas, muito pelo contrário, tive uma vida até boa neste sentido, mas a questão é que existem outras sutilezas capazes de nos arrastar lentamente para uma desilusão que estava longe de ser produtiva e fortalecedora. Algo me incomodava muito e cada vez mais, tornando-se um ponto em desequilíbrio nervoso, uma raiva inconsciente e a qual não conseguia explicar.
O tempo passou e fiquei mais velho, vindo a presenciar incongruências e até situações absurdas e de extrema ingratidão entre meus pais e que acabaram levando minha mãe a tentar o suicídio, tomando uma quase overdose de calmantes. É importante falar sobre isso, pois essa foi a facada derradeira, que me distanciou de vez de meu pai. A partir deste acontecimento, uma traição sem razão, logo após ele mesmo ter passado por uma depressão avassaladora, onde minha mãe tinha sido heroicamente o pilar de tudo, já que ele estava praticamente ausente, sem a menor possibilidade de conduzir a família. Depois de tudo que minha mãe suportou e fez por nós e, principalmente, por ele, a atitude inesperada e ingrata da traição foi o veneno pior, da qual uma família dificilmente consegue sobreviver. Apesar de a família seguir em frente, jamais foi a mesma e as relações esfriaram ainda mais. A conveniência social impediu que se desse o golpe de misericórdia. Depois disso, minha mãe entrou num quadro de saúde cada vez mais decadente, que acabou culminando numa série de acidentes vasculares cerebrais e, consequentemente, sua morte anos mais tarde. Essa morte foi o corte definitivo nas ligações que ainda poderiam existir entre ele e eu. Ela ter morrido foi um grande alívio para mim, pois jamais fui de grandes demonstrações emotivas, mas, por dentro, eu sofria demais em vê-la do jeito que estava ano após ano, em decadência contínua e cada vez mais mergulhada demência, que a meu ver, era física, enquanto lá dentro o espírito sofria omo numa masmorra. Eu via isso. Eu sentia isso. E a impossibilidade de mudar este quadro, de ajudá-la de alguma forma, sempre me obsediava impiedosamente.
Não morávamos mais juntos nesta época e eu seguia uma caminho totalmente diferente de antes, acentuando ainda mais a distância. E como ele nunca foi de falar muito comigo, esquecendo inclusive o dia de meu aniversário, entre outras coisas, o silêncio tornou-se uma muralha raras vezes vencida por alguma ocasião, que jamais pude chamar prazerosa.
Antes sentia-me culpado, afinal era meu pai, mas, com o tempo, o desapego foi eliminando a culpa. Afinal, somos seres em experiência própria e insubstituível, onde os passos na estrada são marcados pela solidão. Compartilhar este caminho, em alguns momentos - longos ou curtos - com algumas pessoas jamais será compartilhar a experiência interna e eu fui aprendendo isso aos poucos, quando decidi que não iria mais ficar lamentando decisões e situações passadas, que serviram apenas para aprendizado e crescimento. Elas não existiram para que erigíssemos totens ou estátuas eternas a nos assombrarem com um passado insistentemente presente. Somos todos peregrinos de nós próprios e a forma como trilhamos este caminho, como absorvemos o (auto)conhecimento e como o utilizamos nas relações com as outras pessoas é que definirá o que nos esperará no próximo porto.
Que ele siga seu próprio caminho.
19 novembro, 2019
Primeiras Linhas de um Aviso Inicial
09 outubro, 2019
A História Original de A PEQUENA SEREIA
A Verdadeira História de CINDERELA
08 outubro, 2019
O Ilustre Desconhecido
Sr. Editor
Antes de mais nada, gostaria de pedir sua atenção por alguns minutos.
Adquiri seu romance A Maldição da Lua e sou leitor assíduo de seu blog, não porque seja um grande entusiasta dos assuntos ali postados, mas porque um determinado tema tem muito a ver com minha experiência de vida.
Vivi muitas coisas em meus 45 anos de vida e gostaria que esta vivência não ficasse perdida. Inclusive, não é apenas de minha opinião que a história que gostaria que ficasse apenas guardada em minha lembrança, deva ser compartilhada com o público. Por isso escolhi entrar em contato com o senhor, de forma que pudéssemos conversar sobre o assunto e que tivéssemos a oportunidade de saber se seria de seu interesse, escrever um livro sobre tudo que tenho para contar. Caso não se interesse em absoluto pela minha história, compreenderei perfeitamente sua recusa, sem quaisquer ressentimentos. Reconheço mesmo, que o assunto pode ser, por demais, polêmico e não seria o senhor, creio eu, o único a recuar diante de minha proposta. Atitude que consideraria bem natural.
Obviamente, que não podemos falar sobre o assunto através de correio eletrônico, por isso, coloco-me a sua inteira disposição para um encontro, em local e horário de sua escolha. Peço apenas, que seja um local onde possamos conversar sobre assunto sério, sem sermos importunados por “curiosos”, apesar de local público, para que o senhor se sinta seguro.
Sendo assim, deixo meu telefone de contato. Ou se preferir, pode responder-me pelo próprio correio eletrônico.
Grato.
Hamilton
Lançamento em breve.
02 outubro, 2019
A Verdadeira História de A BELA ADORMECIDA
Sleeping Beauty, por Henry Meynell Rheam |
Irmãos Grimm |
- Por vezes também traduzido para inglês como Little Briar Rose, cuja tradução directa é O Pequeno Matagal de Rosas.
- Contos de Grimm, vol.1, nº50
- Giambattista Basile, Pentamerone, "Sun, Moon and Talia" Arquivado em 7 de junho de 2011, no Wayback Machine.
- The Annotated Classic Fairy Tales (em inglês). [S.l.]: W. W. Norton & Company. 2002. ISBN 0-393-05163-3, pg.95.
- Mal a beijou, a Bela Adormecida abriu os olhos, acordou e olhou-o com um ar doce. - Retirado de: Jacob e Wilhelm Grimm. Contos de Grimm. [S.l.]: Relógio D'Água. ISBN 972-708-392-7.
- The Annotated Classic Fairy Tales (em inglês). [S.l.]: W. W. Norton & Company. 2002. ISBN 0-393-05163-3, pg.96.
30 setembro, 2019
A Verdadeira História de A BELA E A FERA
Foi no século XVIII que surgiu o conto de fadas A Bela e a Fera em uma publicação anônima de Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve, mais conhecida como Madame de Villeneuve, que em 1740 publicou em um jornal francês voltado para contos, a história original de A bela e Fera, o qual possuía mais de 300 páginas.
Imagem dos personagens do filme A Bela e a Fera de 2017 e 2004 |
Ilustração do livro original de A Bela e a Fera |
Ilustração do livro original de A Bela e Fera |
TRAILER DA BELA E A FERA (2017)
Versão Disney
TRAILER DA BELA E A FERA (2014)
Versão inspirada na história original de Madame Leprince de Beaumont.
24 agosto, 2019
PERDIDOS
21 fevereiro, 2019
O Início do Despertar
04 outubro, 2018
Memórias de Um Velho Futuro 2
Memórias de Um Velho Futuro
20 janeiro, 2018
Encontro com um Avatar
Em breve nas melhores livrarias.